Cobalto

Autores

Émile Zola

Émile Zola nasceu em Paris, em 2 de abril de 1840. Após a infância vivida no Sul da França, conheceu Paul Cézanne, no colégio de Aix-en-Provence, onde foi reprovado, e em seguida matriculado no liceu de Saint Louis.  Levou uma vida boêmia, marcada pela falta de dinheiro. Em 1864, trabalhava na livraria Hachette, e publicou Contos para Ninon, enquanto escrevia artigos para jornais. Em 1865, publicou o romance, La Confesion de Claude. Dois anos depois surge seu romance notável, fundador do naturalismo, Thérèse Raquin. Casou em 1870, mesmo ano em que publica La Fortune des Rougon e La Curée, em forma de folhetim, seguido de Le Ventre de Paris (1873) Nouveaux Contes à Ninon (1874) e La Faute de l’Abbé Mouret (1875). Entre 1870-80, os livros L’Assomoir e Nana, obtiveram enorme sucesso, tornando-se obras emblemáticas do naturalismo. A década de 1880 seria rica para o autor. Apareceram sucessivamente Au Bonheur des Dames (1883), Germinal (1885), L’Oeuvre (1886), La Terre (1887) e, em 1890, La Bête Humaine. Em 1898, protagonizou o caso Dreyfuss, que dividiu a França da 3ª República, ao publicar no jornal “L’Aurore” o célebre artigo – “J’Accuse…!” –, onde defende o capitão injustamente condenado. Um compromisso que provocará o seu exílio na Inglaterra, no final da década de 1890. Neste último período, despontam dois ciclos romanescos: Três cidades e Quatro evangelhos, mas que ficaram inacabados. O escrupuloso pintor da realidade social do seu tempo, escritor prodigioso de vinte volumes do Rougon-Macquart, faleceu em Paris na noite de 28 de setembro de 1902.

Honoré de Balzac

Honoré de Balzac foi um dos mais prolíficos escritores de toda a literatura francesa. Nasceu em 20 de maio de 1779. Oriundo de uma família de origem camponesa, ascendeu socialmente na época da Revolução e durante o Império (1804-1814). Na juventude estudou Filosofia e Direito. Estreou literariamente, em 1819. Entre 1820-25, escreveu as obras juvenis, sempre sob pseudônimos. Em seguida, aventurou-se num empreendimento editorial, montando uma tipografia, e publicou clássicos franceses, incluindo as obras de Molière. Embora conseguisse fazer publicações baratas, o negócio fracassou e muitos dos livros foram vendidos a preço papel velho. Essa falência, das muitas que marcaram os projetos que tentou erguer ao longo da vida, foi o início das dívidas que o acompanharam para sempre. O sucesso veio com Le dernier Chouan, quando começou a assinar “Balzac”. Passou a frequentar os salões da sociedade e, em 1831, segue-se o sucesso de A Pele de Onagro, que marcou seu percurso como escritor. A consagração indiscutível surge com Pai Goriot (1834). Mas é com As Ilusões Perdidas (1837) que se firma definitivamente como o mestre absoluto do realismo.  Entre 1842-48, Balzac compôs a obra colossal que marcou a literatura produzida na França para sempre, A Comédia Humana, a série de livros que delineou o vasto panorama da sociedade francesa. Faleceu em 18 de agosto de 1850 e foi enterrado no cemitério Père-Lachaise, com o discurso fúnebre feito por Victor Hugo.

Rainer Maria Rilke

Rainer Maria Rilke (1875 – 1926) nasceu em Praga (atual República Checa), então pertencente ao Império Austro-Húngaro, e mudou seu nome, originalmente René, para Rainer. Em 1894, publicou seu primeiro livro, Vida e canções (Leben und Lieder). Em 1899, viajou para a Rússia a convite de Lou Andreas-Salomé, escritora e psicanalista, filha de um general russo, que foi um dos grandes amores de Rilke. Na Rússia, Rilke passou a enxergar a natureza, dadas as dimensões e exuberância das paisagens russas, como manifestação divina, presente, desde então em quase toda sua obra, em particular no livro Histórias do bom Deus. Em 1901, casou-se com Clara Westhoff, de quem logo se separou. O século XX trouxe para a poesia de Rilke um afastamento do lirismo e dos simbolistas franceses com os quais se identificava. Em 1905, publicou O Livro das Horas, que teve grande repercussão à época. Nesta obra, seus poemas já apresentavam um estilo concreto. Em 1902, foi para Paris, onde trabalhou como secretário do escultor Auguste Rodin, entre 1905 e 1906. Rodin exerceu grande influência sobre a poesia de Rilke, que se reflete em suas publicações de 1907 a 1908. Quando estourou a Primeira Guerra Mundial, em 1914, Rilke morava em Munique e lá permaneceu durante todo o conflito. Antes, tinha vivido na região de Trieste, na Itália, e lá publicou, em 1913, A vida de Maria (Das Merien Leben) e iniciou a redação de Elegias de Duíno (Duineser Elegien), publicado em 1923. Duíno era um castelo perto de Trieste, onde Rilke morou por dois anos antes da Guerra, a convite da princesa Maria von Thurn und Taxis. Após o conflito na Europa, Rilke mudou-se para a Suíça, a última de suas pátrias de eleição, onde viveu seus últimos anos.

Simone Andrade Neves

Simone Andrade Neves nasceu em Belo Horizonte no ano de 1974. Viveu infância e adolescência em Dionísio, MG. É autora dos livros O coração como engrenagem, edição da autora; Corpos em Marcha, (publicado no Brasil pela Editora Scriptum e na Itália pela Edizioni Kolibris); Missa do Envio – Bandeira do Divino (Ed. Casa Impressora de Almeria); Terrário (Selo Demônio Negro). Seus poemas foram publicados em diversos periódicos no Brasil e em Portugal; e traduzida e publicada em periódicos de literatura dos Estados Unidos, Peru, Venezuela e Argentina. Mora em São Bartolomeu, Ouro Preto, MG

Ademir Assunção

É poeta e jornalista. Publicou 14 livros de poesia, contos, romance e jornalismo, entre eles A Voz do Ventríloquo (Prêmio Jabuti 2013), Pig Brother (finalista do Prêmio Jabuti 2016), Ninguém na Praia Brava, Adorável Criatura Frankenstein, Zona Branca, LSD Nô e Faróis no Caos. Tem poemas e contos traduzidos para o inglês, espanhol e alemão, publicados nos EUA, Espanha, Argentina, México, Peru e Alemanha. Gravou os cds de poesia e música Viralatas de Córdoba Rebelião na Zona Fantasma. Letrista de música popular, tem parcerias gravadas por Itamar Assumpção, Edvaldo Santana, Titane, Patrícia Amaral e Ney Matogrosso. Jornalista profissional há mais de três décadas, trabalhou como repórter e editor em grandes jornais e revistas do país, como Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo, Jornal da Tarde e Marie Claire. Idealizador e curador da exposição Leminski: 20 Anos em Outras Esferas, sobre a obra do poeta curitibano, no Instituto Itaú Cultural. É um dos editores da revista literária Coyote.

 

Vanderley Mendonça

Editor do Selo Demônio Negro, é jornalista, designer, tipógrafo, esgrimista e tradutor. Lecionou Editoração na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo – ECA-USP. Estudou Colorimetria (Master’s Degree in Color Science) no RIT – Rochester Institut of Technology, Rochester, EUA, onde se especializou em Teoria das Cores. Traduziu, entre outros livros, Poesia Vista, antologia bilíngue do poeta catalão Joan Brossa (Amauta/Ateliê, 2005), Crimes Exemplares, de Max Aub (Amauta, 2003), Nunca aos Domingos, de Francisco Hinojosa (Amauta, 2005), Greguerías, de Ramón Gómez de La Serna (Selo Demônio Negro, 2010), Meninas que vestiam preto, antologia de mulheres da geração beat (Selo Demônio Negro, 2017), Mini-antologia da poesia holandesa e flamenga (Selo Demônio Negro, 2019), Poesia/Gedicht, de Hermann Hesse (Selo Demônio Negro, 2020). É autor do livro ILUMINURAS, (Ed. Patuá, 2013).

 

Christine de Pizan

Christine de Pizan (Veneza, 1363 – Poissy, circa. 1430) foi uma poeta e filósofa de origem italiana que viveu na França durante primeira metade do século XV. Tinha quatro anos de idade quando se mudou com a família para Paris, onde seu pai foi nomeado astrólogo-astrônomo-médico do rei Carlos V, em 1368. Em 1380, casou-se com Etinenne de Castel, secretário da chancelaria do rei, e com ele teve dois filhos e uma filha. A morte inesperada do marido em 1390, pouco depois do falecimento de seu pai, é o evento marcante na vida da autora. Viúva, viu-se obrigada a encontrar meios para o próprio sustento e o de sua família. A partir do luto da morte do seu marido, Pizan começou a escrever poesia, o que lhe rendeu uma significativa atenção na corte. Em um de seus textos autobiográficos, Le livre de l’Advision Christine, a personagem Filosofia lembra Christine que se ela não tivesse ficado viúva, não teria se dedicado aos estudos e à escrita, publicando no espaço de vinte anos mais de trinta livros, mas se ocupado exclusivamente de responsabilidades domésticas. Além disso, no Livre de la Mutacion de Fortune, ela evoca a tarefa social de devir-homem para recuperar os bens que lhe foram desviados. Pizan também foi editora e se envolveu diretamente na confecção de seus livros: orientava copistas e artistas para ilustrar seus manuscritos. Ela mesma foi copista e criou edições dedicadas a potenciais mecenas, buscando segurança financeira e renome. Ela é considerada a primeira mulher escritora profissional no ocidente. Em 1394, começou a escrever uma obra que seria intitulada Livre des cent ballades, sob a encomenda das esposas dos príncipes. O livro teve boa aceitação na época. Em 1401, iniciou suas obras anti-misóginas, criticando o poema Le roman de la rose, que, segundo ela, era infundado e servia apenas para denegrir a função natural e própria da sexualidade feminina. Por criticar a misoginia presente no meio literário da época e defender o papel das mulheres na sociedade, Christine de Pizan pode ser considerada nos dias de hoje, uma precursora do feminismo moderno.

Hart Crane

Nascido em Ohio, em 1899, Hart Crane foi um dos principais poetas dos Estados Unidos. Testemunha de um lar conflituoso, passou boa parte da vida em desentendimento com o pai, um bem-sucedido comerciante de doces que criticava o filho pela excessiva dedicação à poesia e pela pouca dedicação ao trabalho convencional. Crane publicou textos em diversos periódicos modernistas antes de lançar, em 1926, seu primeiro livro, White Buildings. Já apresentando a inusual carga imagética que recebeu o nome de “lógica da metáfora”, essa publicação reúne poemas escritos entre 1917 e 1926; entre eles está “Voyages”, a série motivada pelo relacionamento que o poeta teve com o marinheiro dinamarquês Emil Opffer. Sua obra mais reconhecida, no entanto, é The Bridge. Publicado em Paris, no ano de 1930, esse livro é subdividido em seções que lidam com a história dos Estados Unidos por meio de uma perspectiva transcendental e positiva, opondo-se, assim, ao tom daquele trabalho que lhe serviu como referência: The Waste Land, de T. S. Eliot. Em 1932, muito dependente do álcool, Crane, após ter passado uma temporada de residência artística no México, cometeu suicídio ao saltar do Orizaba, um navio que o levava de volta aos Estados Unidos. Entre seus escritos, encontrou-se uma pasta na qual constava o título Key West: an Island Sheaf. Tratava-se de um grupo de poemas aparentemente preparados para publicação. Na décadas seguintes, a obra craneana motivou várias traduções, análises críticas, e produções artísticas ao redor do mundo. Entre as inúmeras pessoas que produziram crítica ou arte a partir da leitura de Hart Crane estão William Carlos Williams, Harold Bloom, Robert Creeley, Jasper Johns e James Franco.

Ezra Pound

Ezra Weston Loomis Pound (1885 — 1972poetamúsico e crítico literário que, junto com T. S. Eliot, foi uma das figuras mais importantes do modernismo na poesia estadunidense do início do século XX. Foi o motor de diversos movimentos, notadamente do Imagismo (idealizador e principal representante) e do Vorticismo.

Jaqueson Luiz Silva

Jaqueson Luiz Silva nasceu em São Paulo, em 30 de dezembro de 1977.  É formado em Letras e doutor em Teoria e História Literária pela UNICAMP. Publicou o livro de contos Bem dito o fruto do som e da sombra. Atua como professor de Literatura e desenvolve projetos de criação literária e de escrita de roteiros cinematográficos. Também tem formação em Psicanálise e é membro da Tykhe – Associação de Psicanálise de Campinas.  

e. e. cummings

Edward Estlin Cummings (1894-1962) poeta, pintor, ensaísta e dramaturgo americano, foi um dos principais inovadores da poesia no século XX. Seu estilo de composição tipográfica inclui o uso não ortodoxo de letras maiúsculas e minúsculas, uma pontuação que desvia o olhar do leitor a outro campo de percepção da própria linguagem verbal para uma nova significação da palavra e do fonema e chega a um microrritmo erótico lírico, deixando entreaberto nos silêncios dos espaços tipográficos o desejo preliminar de tatearmos seus poemas, êxtase de leitura, luz, urro e o gozo do amor.