Sobre o autor
Nascido em Ohio, em 1899, Hart Crane foi um dos principais poetas dos Estados Unidos. Testemunha de um lar conflituoso, passou boa parte da vida em desentendimento com o pai, um bem-sucedido comerciante de doces que criticava o filho pela excessiva dedicação à poesia e pela pouca dedicação ao trabalho convencional.
Crane publicou textos em diversos periódicos modernistas antes de lançar, em 1926, seu primeiro livro, White Buildings. Já apresentando a inusual carga imagética que recebeu o nome de “lógica da metáfora”, essa publicação reúne poemas escritos entre 1917 e 1926; entre eles está “Voyages”, a série motivada pelo relacionamento que o poeta teve com o marinheiro dinamarquês Emil Opffer.
Sua obra mais reconhecida, no entanto, é The Bridge. Publicado em Paris, no ano de 1930, esse livro é subdividido em seções que lidam com a história dos Estados Unidos por meio de uma perspectiva transcendental e positiva, opondo-se, assim, ao tom daquele trabalho que lhe serviu como referência: The Waste Land, de T. S. Eliot.
Em 1932, muito dependente do álcool, Crane, após ter passado uma temporada de residência artística no México, cometeu suicídio ao saltar do Orizaba, um navio que o levava de volta aos Estados Unidos. Entre seus escritos, encontrou-se uma pasta na qual constava o título Key West: an Island Sheaf. Tratava-se de um grupo de poemas aparentemente preparados para publicação.
Na décadas seguintes, a obra craneana motivou várias traduções, análises críticas, e produções artísticas ao redor do mundo. Entre as inúmeras pessoas que produziram crítica ou arte a partir da leitura de Hart Crane estão William Carlos Williams, Harold Bloom, Robert Creeley, Jasper Johns e James Franco.